28 de mar. de 2012

Cardápio de hoje: Flores??!!

Papoula, Violeta, Cravo e Malva

Salada com Capuchinha e Xarope de Violeta
Consumir flores não é tão exótico quanto parece. Desde a Idade da Pedra sabe-se de seu uso como ingrediente. No Antigo Testamento, o dente-de-leão já era citado como uma erva amarga usada na culinária.
Na Grécia antiga se usava flores para obtenção de corantes, complexos vitamínicos, antioxidantes, calmantes, etc... Elas eram consumidas em sua maioria nos chás, geléias, licores, caldas doces e algumas até como prato principal.
Muitas culturas incorporaram flores às suas comidas tradicionais, como os romanos que usam até hoje as flores de abobrinha em saladas ou risotos, os árabes que utilizam água de rosas em muitos doces e os indianos que não dispensam o arroz basmati com jasmim.
Os franceses não ficaram atrás, e usam a semente de papoula para decorar pães, lavanda para fazer crème brûlée, cravo como ingrediente secreto do licor Chartreuse, capuchinha para enfeitar e ser ingerida com todo o resto da salada e a violeta que, além de dar sabor ao macaron, ajuda com seu xarope a completar o famoso drinque francês Kir Royal.
Aliás, sem a necessidade de tanto exotismo, basta lembrar que no nosso dia-a-dia as flores também são alimentos como a couve-flor, o brócolis e a alcachofra por exemplo.
Só como lembrete, não podemos esquecer que comestível nem sempre significa saboroso e que antes de serem consumidas é preciso ter certeza de que as flores não foram borrifadas com defensivos.
O que vale é, com atenção, escolher bem a flor e a receita!

22 de mar. de 2012

Brigadeiro: Ele mora em nossos Corações!

Brigadeiro, o mais famoso docinho brasileiro, teve seu papel de destaque na História do Brasil e até hoje segue conquistando corações seja com a versão tradicional ou com as mais variadas opções.
O doce que, originalmente era feito com leite, açúcar, ovos, manteiga e chocolate em pó, teve alguns ingredientes substituídos por leite condensado açucarado e foi batizado com a patente do Sr Eduardo Gomes, que o usou em sua campanha política para a Presidência da República na década de 40.
Embalagens de leite condensado e as variedades de brigadeiro
Mas há de se concordar que, não fosse o leite condensado que é facilmente achado em qualquer supermercado, muita gente não o prepararia assim, digamos, tão facilmente...
Então, surge a pergunta: qual a origem do leite condensado??!!
O leite condensado sem adição de açúcar foi o resultado de um estudo sobre esterilização e conservação de alimentos em embalagens herméticas feito na França por Nicolas Appert em 1820.
Devido à Guerra Civil nos EUA em 1861 o sucesso do produto foi certo. Anos mais tarde e aprimoradas as técnicas, o leite condensado teve adição de açúcar e passou a ser comercializado em latas.
A comercialização do produto no Brasil começou em 1871 no Rio de Janeiro. Porém só em 1921, com a instalação de uma fábrica da Nestlè na pequena Araras-SP, o famoso criador da farinha láctea - Henrique Nestlè - deu início a produção do leite condensado Moça no país.
Até hoje a marca é a maior referência de leite condensado no Brasil sendo também detentora da maior fábrica produtora do mundo com a unidade de Montes Claros - MG.
Tradicional ou "moderno" o brigadeiro faz parte da vida dos brasileiros e, pelo jeito, vai continuar a escrever sua estória!!

15 de mar. de 2012

Sous Vide de Filet aos Mistérios da Terra

Cozinhar no vácuo e à baixa temperatura... isso lhe soa muito esquisito??!! Pois saiba que é um método bem antigo... foi descrito pela primeira vez em 1799.
Mas também foi esquecido e só na década de 60 redescoberto, mesmo assim para uso exclusivo da indústria alimentícia a fim de melhorar a conservação de alimentos.
Anos mais tarde, em 1974, foi usado experimentalmente para preparação de Foie Gras no famoso Restaurant Troisgros em Roane.
Daí pra frente o método caiu no gosto de grandes cozinheiros como Paul Bocuse e foi realmente difundido mais recentemente com adesões de peso no mundo gastronômico como por exemplo Ferran Adrià.
Sous Vide, expressão francesa que denomina estar sob vácuo, é o nome como é conhecido o método que usa o ambiente sem ar em combinação com temperaturas desejadas no interior dos alimentos para cozê-los com perfeicão. Nem mais, nem menos.
Os resultados são: carnes mais suculentas, legumes que mantém a crocância mesmo cozidos e, claro, pratos limpos!!
Sous Vide de Filet aos Mistérios da Terra e Mousseline de Batata Baroa
Na foto, o Filet aos Mistérios da Terra, que combina a antiga técnica com ingredientes como shimeji, tomates secos, vinho tinto e sabores como alecrim e tomilho.

8 de mar. de 2012

Figo - o fruto da feminilidade

Figos Crocantes e Creme de Mascarpone ao Perfume de Gengibre
Fruto das plantas femininas, o Figo comestível é sinonimo de realização sucesso e luxo. Originário da Bacia Mediterrânea esse fruto tao especial faz parte da história da humanidade desde a Idade da Pedra.
Mencionado na Bíblia por suas folhas que cobriam Adão e Eva, na Odisséia Grega por seu valor e significado, na Mitologia Romana dando sombra à loba que amamentava Rômulo e Remo, na história Egípcia como o fruto preferido de Cleópatra e utilizado por Astecas e Maias para com sua casca fazer o papel dos livros sagrados, o figo representa até hoje um papel importante na gastronomia mundial. São raros os países que não o consomem.
Na Grécia seu consumo vem desde 700 a.C., na Roma Antiga os fenícios os trouxeram alertando para o perigo vindo de Cartagena, na Franca era comida dos reis, tanto que Luís XIV mantinha um pomar em Versailles com mais de 700 figueiras para o consumo real. No Brasil, foi introduzido por volta do séc. XVI, mas o incentivo à produção veio só na década de 30 através do Instituto Agronômico de Campinas para substituir o plantio do café em decadência na época.
Ainda hoje, a região de Valinhos, Jundiaí e Campinas no sudeste do Brasil é uma das maiores produtoras.
Com tanto prestígio, utilizar o figo na gastronomia não pode ser feito de qualquer modo. É necessário ter uma ocasião especial, um motivo para celebrar e boas companhias para desfrutar.
A pedidos, uma sobremesa que ficou na memória do encontro com pessoas especiais comemorando nada mais especial que a Amizade!