5 de out. de 2012

No inverno ou no verão... irresistível sabor gelado!!

Sorvete italiano de cereja
Por um tempo quando criança tive o apelido de sorvetinho... isso mesmo, era carinhosamente chamada assim por tias, tios e pelos donos da padaria onde, todos os dias, eu tomava um picolé. Tenho que confessar, era irresistível... fosse verão ou inverno.
Mas na verdade quem é que realmente resiste a um bom e cremoso sorvete?
Até pode ser que a vontade chegue furiosamente e que você se contenha por um tempo.... mas não pra vida inteira. Acho que isso acontece com todo mundo... não fosse assim como se explica o sucesso avassalador dessa sobremesa tao consumida no mundo todo?
Considerando que existem muitas versões para a historia do sorvete, e que não se sabe bem ao certo qual ou quais delas são verdadeiras, o fato é que ele agrada... e muito!
Ao que se diz por aí, o sorvete pode ter sido uma invenção Persa em 400 a.C., onde se misturava água de rosas, uma massa bem fina (tipo vermicelli), açafrão e frutas com gelo vindo das montanhas. Nesse caso o responsável pela disseminação do sorvete pela Europa seria Alexandre - O Grande durante suas conquistas.
Até poderia fazer sentido, sendo que uma das versões mais citadas pela origem do sorvete venha de que Nero, o extravagante imperador romano, mandava seus servos às montanhas buscar neve para se deliciar com frutas. E que, sua exótica idéia tenha vindo de suas boas relações com os países do Oriente.
Uma versão muito citada também seria a de que na Dinastia Tang na China, conversava-se o gelo das montanhas do inverno em poços para que a família imperial pudesse misturá-lo com frutas, especialmente melão, e mel durante os meses de verão.
Mas como, no verão?! Pois é daí que surge a teoria de que na China descobriu-se que, adicionando salitre ao gelo a temperatura de congelamento da água cai para abaixo de zero possibilitando transformar um xarope de frutas ou leite com açúcar ou mel em uma mistura gelada e cremosa.
É desse ponto que a famosa viagem de Marco Polo à China torna-se também uma das fontes da invenção do sorvete, quando ele leva a técnica para Itália.
Inegável é que os sorvetes italianos são deliciosos. Além de macios e delicados.
Talvez por isso, Catarina de Médici tenha levado o sorvete para a França quando se casou com o Duque de Orléans.
100 anos depois, devido ao sucesso da sobremesa gelada entre a burguesia e nobreza européia foi a vez de Charles da Inglaterra se mostrar tão fascinado pelo sorvete a ponto de oferecer pensão vitalícia a seu confeiteiro em troca de guardar em segredo sua fórmula.
Com tanto sucesso na Europa, foi fácil o sorvete cruzar o oceano e chegar às Américas. Nos EUA chegou com a colonização inglesa, caindo rapidamente no gosto dos colonizados e fazendo de New York a capital dos sorvetes no país.
No Brasil o sorvete chegou em 1830 através de um carregamento de gelo e pêssegos frescos vindo de navio de Boston para o Rio de Janeiro.
No entanto, à primeira vista não teve sucesso. Os consumidores brasileiros acreditavam que o gelo queimava a língua.
4 anos mais tarde, uma outra tentativa de introducao foi feita. Agora pela Confeitaria Colombo que comprava o gelo vindo de navio e o conservava em covas com serragem, o que possibilitava conservá-lo por até 5 meses e se transformando no primeiro ponto de venda de sorvetes do Brasil.
Dessa vez, o charme da nobreza européia tomava conta dos costumes da colônia pelos espelhos de cristal.